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sábado, 24 de março de 2012

Aspirina e Doença cardiovascular interessante


Neste artigo:
A aspirina é derivada de uma planta e é usada como antitérmico desde a antiguidade. Trata-se de um medicamento antiinflamatório que tem também ação de aliviar a dor. Além disso, a aspirina tem um benefício muito grande no tratamento e na prevenção das doenças cardiovasculares, as quais incluem o infarto agudo do miocárdio, o acidente vascular encefálico (ou "derrame") e os problemas de circulação dos membros. Porém, essas ações da aspirina só foram descobertas nas últimas décadas.
As doenças cardiovasculares representam a principal causa de morte no Brasil, o que demonstra sua importância. Os estudos médicos já realizados demonstram os benefícios da aspirina para praticamente todos os indivíduos que apresentam essas doenças, e também para aqueles que ainda não apresentam sintomas, mas são de risco aumentado. No entanto, como todo medicamento a aspirina está associada a efeitos colaterais, e antes que seu uso seja iniciado é importante conversar com seu médico para avaliar adequadamente os benefícios e os riscos de seu uso.
Os efeitos da aspirina variam de acordo com a dose que o indivíduo utiliza. Em altas doses, ela apresenta um efeito antiinflamatório importante; em doses um pouco menores, funciona como analgésico. Uma ação muito importante da aspirina é a inibição da agregação das plaquetas, ou seja, ela diminui a formação de trombos (que causam a trombose). Esse último efeito é essencial no que diz respeito às doenças cardiovasculares, porque nelas as plaquetas se agrupam nas artérias que estão estreitadas, o que faz com que o fluxo de sangue pare e cause, por exemplo, o infarto do miocárdio.
Essa interrupção do fluxo de sangue pode ocorre também nas artérias que levam sangue para o cérebro. Quando a interrupção é por pouco tempo, ocorre o que chamamos de "Ataque Isquêmico Transitório" (o que algumas pessoas chamam de "princípio de derrame"). Se a parada do fluxo dura mais tempo, ocorre o acidente vascular encefálico isquêmico (popularmente conhecido como "derrame").
  • A aspirina ajuda a prevenir ataques cardíacos e acidentes vasculares encefálicos;
  • Durante a ocorrência de um ataque cardíaco, o uso da aspirina ajuda a salvar a vida do paciente.
  • A aspirina tem benefícios quando usada em pacientes que apresentam um quadro de acidente vascular encefálico isquêmico, inclusive ajudando a prevenir outros episódios.
  • Nas pessoas que já são portadores de alguma doença cardiovascular, a aspirina ajuda a prevenir a ocorrência de um primeiro ataque cardíaco ou derrame.
Os efeitos colaterais associados ao uso da aspirina dividem-se basicamente em dois grupos:
1) Desconforto gastrintestinal
Os efeitos colaterais desse grupo ocorrem em aproximadamente 4% dos indivíduos que utilizam doses baixas de aspirina regularmente. Os sintomas são compostos por náuseas, vômitos, azia e desconforto na região do estômago, ocorrência de úlceras pépticas. As úlceras são bem menos comuns, mas podem desenvolver-se após o uso a longo prazo.
O risco de úlceras associadas ao uso de aspirina é maior nos seguintes casos:
  • Pacientes idosos (>60 anos);
  • Uso de altas doses de aspirina;
  • História de complicações gastrintestinais associadas à aspirina ou outros antiinflamatórios;
  • Passado de úlcera péptica;
  • Uso concomitante de corticóides, anticoagulantes (como o Marevan®) ou outros antiinflamatórios.
Para prevenir esses efeitos colaterais, a aspirina deve sempre ser tomada após as refeições. Caso a pessoa já tenha tido problemas gastrintestinais com o uso de aspirina ou outro antiinflamatório, podem ser tomadas algumas providências, como: redução da dose; uso de uma formulação que não libera o medicamento no estômago, só quando chega ao intestino; uso de medicações que reduzem a acidez gástrica.
2) Sangramento
A aspirina aumenta o risco de sangramento, pois, como já comentamos, ela compromete a agregação das plaquetas. Esse processo é fundamental na formação do coágulo sanguíneo, responsável por conter o sangramento. Porém, esse sangramento não costuma causar problemas significativos.
Deve-se preocupar quando esse sangramento ocorre em locais como o sistema gastrintestinal (úlcera sangrante) ou no cérebro ("derrame" hemorrágico). Importante ressaltar que os efeitos da aspirina no risco de sangramento duram até uma semana depois da interrupção do seu uso, devendo ser interrompida entre 7 a 10 dias antes de uma cirurgia.
Vimos que os benefícios da aspirina, para os indivíduos portadores de doenças cardiovasculares, são muito claros. Porém, como já dito, é importante conversar com seu médico para que os pontos a favor e os pontos contra o uso da aspirina sejam devidamente pesados. O risco de efeitos colaterais é baixo e pode ser minimizado com medidas simples. Além disso, a aspirina é um medicamento de baixo custo, o que facilita o seu uso.

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