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segunda-feira, 18 de março de 2013
"A NOTÍCIA SÉCULO SOBRE O AZEITE DE OLIVA"
Guarde bem este nome: oleuropeína.A substância, encontrada no azeite
de oliva extravirgem, é a nova arma da nutrição para evitar e combater
a osteoporose, doença que acelera a perda de massa óssea.
O cálcio que se cuide, porque seu posto solitário de melhor
companheiro do esqueleto anda ameaçado. Calma, o mineral não vai
perder seu lugar de destaque como protetor dos ossos - muito longe
disso. A questão é que a ciência descobre fortes concorrentes para
dividir com ele essa prestigiada posição. É o caso da oleuropeína,
presente no azeite de oliva. Um estudo da Universidade de Córdoba, na
Espanha, revela que esse tipo de polifenol aumenta a quantidade de
osteoblastos, células que fabricam osso novinho em folha. Consumi-la ,
portanto, traria imensas vantagens para manter o arcabouço do corpo em
pé ao longo da vida.
"O tecido ósseo é dinâmico, destruído e construído constantemente",
explica o geriatra Rodrigo Buksman, do Instituto Nacional de
Traumatologia e Ortopedia, em Brasília. Os osteoblastos ajudam
justamente a realizar a reconstrução. É como se fossem a massa corrida
colocada na parede para tapar os furos que aparecem com o tempo. Sem
essas células, os buracos ficam maiores, os ossos se enfraquecem e
cresce o risco de fraturas. O envelhecimento e a menopausa provocam
uma queda na concentração de osteoblastos no organismo. Daí a
importância da reposição desses construtores, que recebem um belo
reforço com a inclusão do azeite de olivaextravirgem no dia a dia, a
melhor fonte de oleuropeína. "Aos 30 anos nosso corpo atinge a
quantidade máxima de massa óssea e, a partir daí, começa a perdê-la",
nota o ortopedista Gerson Bauer, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em
São Paulo. Por isso é que se diz que a prevenção da osteoporose se
inicia muito antes da maturidade. "Essa doença se caracteriza pela
diminuição progressiva da densidade óssea, o que torna os ossos mais
frágeis e propensos às fraturas", arremata a nutricionista Clarisse
Zanette, mestre em ciências médicas pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Com o azeite, no mínimo, esse processo destrutivo
demora mais tempo para ocorrer. E, se alguém quiser substituir sua
fonte de oleuropeína de vez em quando, saiba que existe mais uma
opção. "A substância também é fornecida pela azeitona, de onde o óleo
é extraído", diz Clarisse.
Não são apenas os ossos que se deliciam quando saboreamos um prato
regado a azeite. O coração também se beneficia, porque suas veias e
artérias ficam livres de entraves. "A gordura monoinsaturada,
principal constituinte do óleo, interfere nos receptores do fígado que
captam o colesterol circulante", explica o cardiologista Daniel
Magnoni, do Hospital do Coração, em São Paulo. "Assim, há uma redução
nas taxas da sua versão ruim, bem como de sua quantidade total." Já os
compostos fenólicos do azeite diminuem a oxidação do colesterol,
processo crucial para a formação das placas que obstruem as artérias e
causam as doenças cardiovasculares. "Esse poder se deve à sua intensa
atividade antioxidante", justifica a cardiologista Paula Spirito, do
Hospital Copa D'Or, no Rio de Janeiro. "Esses compostos impedem que os
radicais livres - moléculas que provocam danos às células - oxidem o
colesterol e contribuam com o aparecimento de placas nos vasos." A
circunferência abdominal é outra que agradece o consumo do azeite. É
que o alimento ajuda a evitar a inflamação de uma área do cérebro
chamada hipotálamo. A inflamação é provocada por dietas ricas em
gorduras saturadas, presentes nas carnes e nos produtos de origem
animal. Como o hipotálamo é o órgão responsável pelo controle da fome
e do gasto energético, não é um exagero dizer que o óleo de oliva
auxilia a manter a harmonia na massa cinzenta e, assim, a afastar os
quilos a mais. Além disso, ele acelera a produção de um hormônio
chamado GLP 1, que age no cérebro aumentando a saciedade e reduzindo o
apetite.
A oleuropeína - voltamos a falar dela - tem participação no pelotão
antiinflamatório. "Esse polifenol tem propriedades antioxidantes
significativas, inibe a agregação de plaquetas e reduz a formação de
moléculas inflamatórias em todo o corpo", afirma a nutricionista
Mércia Mattos, da Faculdade de Medicina de Marília, no interior
paulista. Tantas propriedades se refletiriam em um menor risco de uma
porção de males, entre eles infartos e derrames. Por falar em
proteção, vale destacar, ainda, que esse antioxidante também resguarda
as mitocôndrias, estruturas dentro das células responsáveis pela
obtenção de energia - dessa forma, fica mais difícil uma célula se
aposentar antes da hora.
Quando regamos o prato com azeite extravirgem, porém, não ganhamos
apenas boas doses de oleuropeína. O tempero é uma ótima fonte de
vitamina E. "Esse nutriente retarda o envelhecimento das células,
diminuindo o risco de tumores e doenças do coração", aponta a
nutricionista Soraia Abuchaim, do Conselho Regional de Nutricionistas
do Rio Grande do Sul. O melhor é que, para desfrutar de tudo isso,
bastam 2 colheres por dia. Mas tem que ser do tipo extravirgem, que
concentra maiores teores da substância. De preferência, use-o em
saladas e ao finalizar pratos quentes - o azeite não gosta de calor e,
se for lançado ao fogo, perde grande parte de suas qualidades. E só o
sabor, nesse caso, não basta, certo?
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